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Reforma Religiosa do Século XVI

Introdução

A Reforma Religiosa do Século XVI, comemorada nos meios evangélicos no mês de outubro, marcou um dos acontecimentos mais importantes da história cristã. Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha, manifestando sua discordância com a Igreja Romana.

Dessas teses foram extraídos quatro princípios básicos da Reforma:

  1. Supremacia da fé sobre as obrasEfésios 2:8-9 “O justo viverá pela fé.”
  2. O sacerdócio universal do crente1 Pedro 2:5 e 9
  3. Jesus Cristo, o único mediador (Salvador)1 Timóteo 2:5
  4. O livre exame das EscriturasJoão 5:39

Supremacia da Bíblia sobre a tradiçãoMateus 15:1-10.

Neste mesmo mês de outubro, lembramos que a Obra do Senhor em nosso meio completou mais um ano de existência, e estivemos orando pelo seu aperfeiçoamento.

Leitura do Texto

Mateus 13:44 – “Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo.”
(Texto extraído da tradução de João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida, 1995)

Entre as sete parábolas contadas por Jesus em Mateus capítulo 13, a parábola do Tesouro Escondido está relacionada a um momento histórico e profético na vida da igreja. Representa o tempo em que a Bíblia seria colocada nas mãos dos crentes, revelando a salvação pela graça, o sacerdócio universal, Jesus como o único mediador, e o direito ao livre exame das Escrituras.

“O Reino dos Céus…”

Essa expressão usada por Jesus está relacionada à existência da Igreja aqui no mundo. O Reino foi estabelecido e implantado quando o Senhor enviou o Espírito Santo para habitar entre os crentes, permanecendo conosco todos os dias até a consumação dos séculos (João 14:16).

“…Um Tesouro…”

Esse tesouro é a Bíblia, a Palavra de Deus. São as Escrituras que testificam do Senhor Jesus.
A Bíblia é a única regra de fé para o cristão, e por isso é considerada um precioso tesouro, pois ela é a Palavra viva de Deus — e Jesus é essa Palavra.

“…Escondido num Campo…”

Durante séculos, a Bíblia permaneceu ocultada ao povo, trancada nos mosteiros e conventos do sistema religioso dominante. O acesso à leitura era proibido, e a tradição humana substituía o ensino das Escrituras.
O campo representa esse sistema religioso que detinha o controle do conhecimento espiritual.

“…Um Homem Achou e Escondeu…”

Esse homem foi Martinho Lutero.
Quando encontrou o tesouro da Palavra de Deus, e ao afixar as 95 teses em Wittenberg, ele não agiu como um simples reformador ou protestante, mas como um homem comprometido com a verdade.

Antes dele, vieram os pré-reformadores:

  • Os Albigenses – sul da França.
  • Os Valdenses – cujo lema era: “Bíblia para fé e para vida”.
  • John Wycliffe – Inglaterra, defendendo a autoridade da Bíblia.
  • John Huss – França, afirmando que o Novo Testamento é guia suficiente para a Igreja.
  • Jerônimo Savonarola – Itália, que denunciou os abusos religiosos e morreu na fogueira por sua fé.

Após Lutero, vieram os pós-reformadores, como Calvino, Zwinglio, Melanchthon, e John Knox, que consolidaram o pensamento reformista.

Lutero não buscava fundar uma nova religião, mas reformar um sistema que se afastara da verdade bíblica.

A Descoberta do Tesouro

Em 1511, ao visitar Roma, Lutero ficou decepcionado com a corrupção do sistema religioso. Durante uma oração, ao subir uma escadaria, questionou em seu coração:

“Quem sabe se tudo isso é verdade?”

Mais tarde, ao ser pressionado a negar suas convicções, declarou:

“É impossível retratar-me, a não ser que me provem, pelo testemunho das Escrituras, que estou em erro. Minha consciência está alicerçada na Palavra de Deus.”

Essa firmeza lhe custou a excomunhão, que ele mesmo queimou em uma fogueira.

Durante seu refúgio no Castelo de Wartburg, na Alemanha, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, tornando-a acessível ao povo. A imprensa já existia, o que facilitou sua ampla distribuição — cumprindo o propósito profético de que o Tesouro (a Palavra) seria colocado nas mãos dos crentes.

“…Pelo Gozo Dele…”

O gozo que Lutero experimentou foi expresso em forma de louvor no hino “Castelo Forte”, que celebra a alegria do descobrimento da Palavra.

“Sim, que a Palavra ficará, sabemos com certeza.”

O hino revela a confiança total no Senhor, a dependência de Sua graça e a segurança na liberdade de examinar as Escrituras.

“…Vai, Vende Tudo Quanto Tem…”

O tesouro agora estava revelado. O seu valor inestimável fala dos valores eternos que levam o homem a abandonar tudo por amor a Cristo e pela alegria de possuir a verdade.

“…E Compra Aquele Campo…”

O campo só adquiriu valor por causa do Tesouro que nele estava escondido. Os antigos donos valorizavam apenas o material e a tradição, mas a verdadeira riqueza estava na Palavra de Deus.

A posse desse “campo” foi consolidada após 30 anos de batalhas (1540–1570), quando diversos países adotaram os princípios da Reforma.

O Livre Exame das Escrituras

Texto Fundamental: João 5:39

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna; e são elas que de mim testificam.”

Introdução

No mês de outubro, quando celebramos mais um ano da Obra do Espírito Santo, refletimos sobre o princípio do livre exame das Escrituras, um dos pilares da Reforma.


Significado

O livre exame refere-se ao direito de cada pessoa ter acesso à Bíblia, podendo lê-la e interpretá-la sob a iluminação do Espírito Santo — sem a intermediação de sistemas humanos.


Sentido Profético da Expressão

“E são elas que de mim testificam.”

Jesus afirmou aos religiosos de Seu tempo que as Escrituras testificam dEle mesmo.
O Velho Testamento — “Moisés e os Profetas” — apontava para Cristo:

  • Moisés o chamou de “um profeta a quem o povo ouviria” (Deuteronômio 18:15).
  • Abraão o viu como “Deus Provedor” (Gênesis 22:8).
  • Davi o reconheceu como “meu Pastor” (Salmo 23:1).
  • Isaías o descreveu como “ovelha muda diante dos seus tosquiadores” (Isaías 53:7).

O livre exame das Escrituras é o meio pelo qual encontramos a vida eterna em Jesus Cristo, pois é dEle que a Palavra testifica.


A Testificação do Espírito Santo

“Quando vier o Consolador… ele testificará de mim.” (João 15:26-27)

O Espírito Santo confirma em nossos corações o testemunho de Jesus.
Por isso, Pedro declarou:

“Nós somos testemunhas… nós e também o Espírito Santo.” (Atos 5:32)

Jesus Cristo: O Único Mediador entre Deus e os Homens

Texto: 1 Timóteo 2:5

“Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem.”

Introdução

Durante o mês da Festa da Dedicação, celebramos o aperfeiçoamento da Obra do Senhor. Um dos quatro princípios da Reforma é justamente este: Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.


Significado Bíblico de Mediador

Mediador significa intercessor, medianeiro ou intermediário.


Por que Jesus é o Único Mediador

  1. Porque a Bíblia afirma que não há outro mediador 1 Timóteo 2:5
  2. Porque nenhum outro mediador foi dado aos homens Atos 4:12
  3. Porque Jesus é a prova do amor de Deus por nós João 3:16
  4. Porque só Jesus derramou o Seu sangue por nossos pecados Hebreus 10:12
  5. Porque Jesus é o único Advogado junto ao Pai 1 João 2:1
  6. Porque Jesus é o único caminho que leva ao Pai João 14:6

Conclusão

A Reforma Religiosa não foi apenas um movimento histórico, mas um marco profético na restauração da verdade da Palavra de Deus.
Hoje, graças àquele “homem que achou o tesouro”, a Bíblia está em nossas mãos, e por meio dela conhecemos a graça, a fé e a salvação em Cristo Jesus.

“A Palavra do Senhor permanece para sempre.” – 1 Pedro 1:25

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